© Time Life Pictures
A equipa do arqueólogo João Zilhão descobriu, no passado sábado (13 de Julho), dois fragmentos de Homem de Neandertal (Homo sapiens neanderthalensis) na gruta da Oliveira, localizada no complexo subterrâneo na nascente do rio Almonda (Torres Novas). Trata-se de um pedaço de um úmero direito e de um fragmento do crânio, explica Zilhão, da Universidade de Bristol (Reino Unido). Fragmentos ósseos com 50 a 60 mil anos.
Os neandertais terão surgido há cerca de 300 mil anos; tendo vivido apenas na Europa e no Médio Oriente. Aos poucos, foram recuando até ao seu último reduto, a Península Ibérica, onde se extinguiram há cerca de 28 mil anos. Os motivos do seu desaparecimento são alvo de um longo debate e controvérsia entre a comunidade científica. Há quem diga que o homem moderno os dizimou. Mas também há quem defenda, como Zilhão, que os neandertais e os homens modernos (Homo sapiens sapiens) se terão cruzado entre si. Nessa linha de pensamento, os neanderthalensis terão desaparecido enquanto espécie, mas terão continuado a existir entre/através de nós por meio da reprodução.
Segundo Teresa Firmino, do jornal Público: “Em Portugal, os restos de neandertais são poucos. Limitavam-se a dois dentes isolados, um encontrado na gruta Nova da Columbeira (Bombarral) e outro na gruta da Figueira Brava (Sesimbra) e, ainda, a quatro fragmentos ósseos descobertos na gruta da Oliveira.”João Zilhão está envolvido no estudo desta última gruta há duas décadas. Por volta de 1998 encontrou um fragmento do cúbito e da falange de um Neandertal, com cerca de 43 a 45 mil anos. Em 2003 apareceu um úmero direito, com 50 a 60 mil anos. Em 2006 foi uma tíbia, também com 50 a 60 mil anos. Estes achados foram publicados, no ano passado, num artigo científico na revista American Journal of Physical Anthropology.
[Fonte: Teresa Firmino/jornal Público]
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