11/07/2008

Ecomuseu do Carrascal

Espeleologia
Um ecomuseu para a Gruta do Carrascal


[FORA DE PORTAS ● jornal Forum Ambiente nº 126, 25 de Abril de 1997]

© Marcelo Vigneron (Forum Ambiente 1997)

A Associação de Espeleólogos de Sintra (AES) pretende reabilitar a Gruta do Carrascal, em Rio de Mouro, tornando esta cavidade e a área envolvente num ecomuseu. Interpretação de fenómenos cársicos, divulgação da espeleologia e conservação da natureza encontram-se numa simbiose que se espera implantada em breve.

A Associação dos Espeleólogos de Sintra (AES), no âmbito do projecto de “preservação das paisagens cársicas, protecção da qualidade do ambiente, das espécies em vias de extinção e dos seus habitats no concelho de Sintra”, pretende recuperar a Gruta do Carrascal de Rio de Mouro. Esta caverna situa-se num pequeno baldio junto à estação da CP de Rio de Mouro (distrito de Lisboa, concelho de Sintra), entre a Rua Óscar Monteiro Torres e um arruamento recentemente aberto a sul, que se insere no plano de urbanização da área. O acesso à gruta faz-se por este novo arruamento, através de uma pequena galeria que ficou exposta aquando da abertura do mesmo.
A Gruta do Carrascal de Rio de Mouro é uma cavidade de pequenas dimensões, com cerca de 50 metros de extensão horizontal, encerrando um conjunto de galerias e uma sala completamente preenchidas por sedimentos. A caverna possui vários tipos de concreções (estalactites, estalagmites, etc.) que tornam o seu interior um local de grande beleza.
A AES, em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Sintra (CMS), face ao valor patrimonial que a cavidade encerra e a possibilidade de desenvolver iniciativas de beneficiação e dinamização, tem encetado esforços desde 1994 no sentido da criação de um ecomuseu.
A importância de preservar a Gruta do Carrascal pode sintetizar-se em dois aspectos mais relevantes: o conjunto cavidade e área superficial envolvente revela condições para a criação de um ecomuseu e encerra vestígios arqueológicos e paleontológicos de manifesto interesse.
O ecomuseu irá permitir a interpretação de fenómenos ligados ao carso: formação de cavidades subterrâneas, evolução das áreas cársicas, aspectos da flora característica das zonas cársicas, entre outros. Dadas as características morfológicas da cavidade, a visita por parte das populações será, segundo a AES, um aspecto a ter em conta, com boas perspectivas de realização. Foi com base nestes pressupostos que o local foi considerado área non aedificandi, por parte da CMS, restando, agora, proceder aos trabalhos de recuperação do local e implantação do ecomuseu.
A conservação do património espeleológico, interpretação da morfologia cársica e divulgação da ciência-desporto que é a espeleologia constituem as pedras de toque deste projecto que a AES desenvolve na Gruta do Carrascal de Rio de Mouro. Aguarda-se a instalação do ecomuseu com os consequentes trabalhos de recuperação do endocarso e carso superficial.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que desta vez é que vai, não sei se vão fazer o eco-museo mas para já parece que vão avançar com um projecto de requalificação do terreno sobre a gruta.
Este post pelos visto até parece actual, pois as coisas em Portugal demoram anos a realizar.