28/07/2008

Conservação, n'é?

Dia Nacional da Conservação da Natureza


© John McConnell

Hoje comemora-se o Dia Nacional da Conservação da Natureza*. Uma ocasião excelente para pensar o estado do ambiente no território nacional, sem esquecer que, por via das interdependências inerentes ao tema, não poderemos ignorar que somos cidadãos do mundo e que a Terra tem de ser vista como um todo…
A população mundial está a aumentar de forma exponencial e, portanto, insustentável, estimando-se que atinja 9 milhões de pessoas em meados deste século! Esse aumento e o estilo de vida consumista de grande parte das populações do planeta (sobretudo nos países desenvolvidos, mas também naqueles em vias de desenvolvimento) implica uma exploração desenfreada dos recursos naturais, muitos deles não renováveis, colocando problemas de difícil resolução no que respeita nomeadamente à alimentação e à energia. Situações na ordem do dia por via dos recentes e brutais aumentos do preço de ambos os recursos…
A sobre-exploração dos recursos naturais, como a água, o solo, as rochas, minerais ou minérios, as florestas e os oceanos, tem provocado a crescente degradação, poluição e/ou esgotamento de recursos. Por outro lado, assiste-se a alterações climáticas e a uma “extinção em massa”, de fauna e flora, a ritmos catastrofistas, que se têm reflectido numa diminuição estrondosa da biodiversidade, entre outros resultados digamos “perniciosos”. A alteração das paisagens naturais também não pode ser ignorada ou substimada, num território que se pretende ordenado e não “ordenhado” até à última gota do possível…
Afastando-nos de uma perspectiva global e centrando-nos no território nacional não podemos ignorar a crescente proliferação de eólicas ou a recente proposta de implementação da energia nuclear! O aumento do número de barragens, a crescente exploração de aquíferos subterrâneos ou a poluição dos mesmos por diversas industrias, etc., etc., etc.. A poluição das águas, por descargas de resíduos domésticos, industriais e agrícolas, tal como a sobre-exploração desse recurso, coloca problemas no que concerne à quantidade e qualidade das reservas de água doce num futuro mais ou menos próximo.
Muito fica por dizer, mas não podemos esquecer, por último, a conservação dos carsos e do património espeleológico que é objecto do Spelaion. Talvez se pensarmos, em termos espaciais, simultaneamente de forma global (em grande) e de forma local (em pequeno), e introduzirmos também essas escalas no que concerne ao tempo, possamos alterar as nossas formas de estar, tornando-nos cidadãos mais conscientes e interventivos na defesa do meio ambiente. A conservação da natureza é fundamental para assegurar o futuro não só da Humanidade como de toda a Biosfera…

[*O Estado português instituiu, no dia 28 de Julho de 1998, por ocasião da comemoração dos 50 anos da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), o Dia Nacional da Conservação da Natureza. Este dia foi criado com o objectivo de chamar a atenção dos cidadãos para a importância da conservação/protecção da natureza.]



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