19/01/2009

Esoterismo arqueológico!?

A obra do escritor João Aguiar é por demais conhecida e não é nossa intenção abordar a mesma mas apenas destacar o livro Lapedo - Uma Criança no Vale - Um dos mais importantes achados arqueológicos dos últimos 100 anos (Edições Asa, 2006). Tal deve-se à importância e interesse dessa obra no que respeita à compreensão dos nossos ancestrais, nomeadamente no que concerne às interrelações entre o Homo sapiens sapiens e o Homo sapiens neanderthalensis. Com a vantagem de reunir o conhecimento até aí veiculado sobre a “criança do Lapedo” e, claro, de forma rigorosa e simultaneamente cativante. Mas quem melhor do que o autor para apresentar a obra em causa?
No final de 1998, foi descoberto no vale do Lapedo, a poucos quilómetros de Leiria, o esqueleto de uma criança que viveu há 25 mil anos. As características muito particulares desse esqueleto criaram um “facto arqueológico” que teve repercussões em todo o mundo, apaixonou os media e deu origem a uma vivíssima polémica.
Este é o tema de
Lapedo - Uma Criança no Vale.
Não se trata de um romance, nem de um livro de contos: não é, de todo, uma obra de ficção. Alguma vez eu haveria de tentar sair (momentaneamente, claro) da ficção para explorar outros caminhos de escrita…
Mas também é verdade que este assunto é tão interessante, tão apaixonante quanto um bom romance deve ser. E, factor adicional de sedução (para mim) trata-se de transmitir algo que, até agora, se tem mantido, em grande parte, no domínio restrito, quase “esotérico”, da Arqueologia.
É certo que o caso da “criança do Lapedo”, quando veio a lume, teve uma larga cobertura mediática. Porém, a informação foi veiculada, necessariamente, de modo parcelar e com pouca profundidade. Além disso, uma vez passada a “onda”, saiu da ribalta e voltou, portanto, a confinar-se ao espaço académico.
Este foi um segundo motivo que me levou a escrever: quis reavivar a memória do que sucedeu, além de fornecer esse material pela primeira vez àqueles que dele ainda não tomaram conhecimento; e quis fazê-lo tentando cobrir todos os factos relevantes e chamar a atenção para as possíveis implicações de ordem científica - mas também, digamos, psicológica e cultural. O relato dos factos é complementado - mas nunca misturado - com alguma especulação. O que me pareceu natural: para mim, pelo menos, seria impossível, tendo nas mãos estes dados, limitar-me a uma seca descrição sem pensar sobre eles.

Uma obra a não perder...

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