31/12/2009
BOM ANO
Quem diria?!
A Declaração de Impacto Ambiental, assinada pela ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, aponta como principais impactos negativos do projecto a “destruição e perturbação” de habitats prioritários, “com especial destaque para a afectação de três algares ocupados por gralhas-de-bico-vermelho”, uma espécie considerada em perigo, e de áreas de nidificação de aves de rapina e de “grande actividade de morcegos”.
A destruição de estruturas cársicas, os impactos directos e indirectos em vários elementos patrimoniais como o Arco da Memória (monumento em vias de classificação), os aumentos dos níveis sonoros, com o “incumprimento do critério de incomodidade”, e os impactos visuais dos 42 aerogeradores na paisagem são outros dos motivos que levaram o Ministério do Ambiente a indeferir o projecto. A tutela alega ainda que a instalação do parque eólico afectaria várias espécies de plantas raras e árvores protegidas legalmente, como sobreiros e azinheiras.
Por tudo isso, o ministério entende que a construção do parque eólico “acarreta impactos negativos muito significativos sobre o território, sobre a sua integridade ecológica e patrimonial não desprezíveis nem minimizáveis”. Esse é também o entendimento das associações ambientalistas Oikos, Liga para a Protecção da Natureza e GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, que, durante o período de discussão pública, entregaram um parecer conjunto opondo-se ao projecto, por considerarem que ele põe “em risco muitos dos valores para cuja protecção foram criados o PNSAC e a Rede Natura 2000”.
António Sá da Costa, administrador da Ventinvest Eólica, diz que a empresa “foi desagradavelmente surpreendida pelo ´chumbo´ do Parque eólico de S. Bento” e que “está ainda a analisar as consequências desta situação”.
Reacções
A não aprovação do parque é uma medida de bom senso, porque iria incidir numa área sensível do parque natural, com espécies protegidas e ameaçadas. Não somos [Quercus] contra os parques eólicos, mas estes não podem ser feitos em qualquer local, escolhendo as áreas mais sensíveis do ponto de vista ambiental. Os promotores têm de procurar alternativas.
Domingos Patacho, presidente da Direcção do Núcleo do Ribatejo e Estremadura da Quercus
Já pedi uma reunião com a senhora ministra do Ambiente para lhe manifestar a minha preocupação. Não concordo com a decisão nem aceito que me digam que aquela é uma zona de protecção da natureza, porque já foi toda remexida por causa das pedreiras. Por isso mesmo, será, dentro do PNSAC, a zona onde um parque eólico produz menos impactos.
João Salgueiro, presidente da Câmara de Porto de Mós"
Tivemos conhecimento desta notícia, publicada no Jornal de Leiria, através do Sérgio Medeiros (GPS) e ficámos verdadeiramente surpresos, face à plantação a eito de "ventoinhas" a que nos vinham habituando... Quem diria?! É de veras surpreendente, tendo em conta que esteve (está) em jogo muito dinheirinho. E quando de dinheirinho se trata há quem seja capaz de vender a própria mãe! É chocante mas a caricatura não andará muito longe da realidade.
Já não é a primeira vez que a nova Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, nos surpeende pela positiva. Parabéns pela sua coragem...
E já agora, a culpa do projecto não ter sido aprovado não é certamente das gralhas e dos morcegos: "coitados" limitam-se a sobreviver... Agora já se percebe o porquê de tanta preocupação face a essas espécies imaturas, mas será conveniente arranjar outro "bode expiatório":)
[Fonte: Maria Anabela Silva (http://www.jornaldeleiria.pt/portal/index.php?id=4106)]
16/12/2009
E viva a liberdade!...
“O pagamento de taxas para visitar áreas protegidas tem suscitado acesa discussão em todo o país. Apesar da Portaria 1245/2009, que obriga ao pagamento das taxas só ter estado em vigor entre 13 de Outubro e 5 de Dezembro, são muitos os protestos. Desde o início de Dezembro que a portaria está suspensa mas, os pedidos efectuados nos dois meses de vigência, continuam a implicar custos. O caso dos escuteiros de Braga está entre esses pedidos.”
Pelo andar da carruagem daqui a uns anos temos todos liberdade para fazer actividades… nos centros comerciais!!! O Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) será, nesse pressuposto, um excelente exemplo, tendo em conta que já possui duas infra-estruturas do género no ponto mais alto do País. Ainda bem que podemos contar com uma elevada coerência no tocante à conservação da natureza. Desta forma temos o futuro garantido, resta saber é em que moldes.
15/12/2009
A franga foi suspensa :)
A razão para tal decisão deve-se ao facto da Portaria nº 1245/2009 ter "suscitado dúvidas e gerado equívocos não só quanto ao seu âmbito de aplicação, mas principalmente quanto à sujeição de determinados actos e actividades ao pagamento das referidas taxas". Segundo o articulado hoje publicado no Diário da República "a interpretação que tem vindo a ser realizada da mencionada portaria não se revela conforme com o espírito que presidiu à sua elaboração". Ainda bem que alguém reparou naquilo que nos parecia obvio. Tão óbvio quanto o absurdo de cobrar dinheiro por um pedido de autorização para andar a pé, escalar ou descer um rio!? Por razões de conservação da natureza é permitido ou não é permitido efectuar determinada actividade. Se associado ao processo de autorização (ou pior de não autorização) está implicado o pagamento de um determinado montante tratar-se-á não de conservação mas de exploração da natureza, tal como daqueles que queiram usufruir desses vastos condomínios...
Portanto, e para concluir, a "franga dos ovos de ouro" está suspensa. Suspensão que "vigora pelo prazo de três meses a contar da data da publicação" da Portaria nº 1397/2009. Mais, "não obstante o desiderato de proceder à actualização do regime instituído pela Portaria nº 754/2003, de 8 de Agosto, verifica-se a necessidade de repristinar a referida portaria durante o período de suspensão da produção de efeitos da Portaria nº 1245/2009, de 13 de Outubro, com vista a evitar a ocorrência de um vazio legal".
Daqui a três meses, no máximo, veremos as alterações entretanto efectuadas. Esperemos que a galinha (desculpem, a franga) não se transforme num sapo difícil de engolir.
(in blogue Ilinx, 4 de Dezembro de 2009)
PETIÇÃO
Franga "carece de ajustamentos"?!
"Em final de mandato, o anterior Governo publicou uma portaria que fixava taxas elevadas a quem pedisse um parecer aos serviços do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). A medida foi criticada por penalizar os residentes e convidar a fugas à legalidade. Esta é mais uma das decisões que Dulce Pássaro irá rever.
Uma portaria recente fixou taxas elevadas que o ICNB há-de cobrar por pareceres e outros serviços. Pensa mudar a decisão?
É inequívoco que a conservação da natureza e da biodiversidade tem um custo acrescido. Se o ICNB presta serviço no âmbito das suas competências, é natural que haja cobrança pela prestação destes serviços. Mas esta cobrança não deve ser desproporcionada. Vou pedir a reavaliação da portaria. Vamos manter as taxas, com certeza. Agora, as taxas têm que ter a proporção adaptada.
Vai diminuir as taxas?
A portaria é para manter, mas vai ser revista no sentido de ser o mais adaptada possível ao objectivo para que foi criada. E isto pode significar que haja ajustamentos para baixo.
A sensação é que o ICNB abandonou o terreno. Os seus técnicos estão dentro das sedes a dar pareceres, os vigilantes são escassos e não conseguem vigiar adequadamente o território. Como resolver o problema?
Já tive oportunidade de receber a direcção do ICNB e uma das questões enumeradas foi a necessidade de reforçar os vigilantes da natureza. Foi também referido que a estrutura necessita de um reajuste interno. Um dos desafios para 2010 é toda esta reorganização.
Mas a reorganização do ICNB já foi feita...
Mas esta direcção considera que podem ser feitos alguns ajustes em termos das chefias intermédias.
Então reconhece que o modelo que foi implantado pelo Governo anterior não funcionou?
Carece de ajustamentos.
(...)"
Suspeito que devem estar a falar da famosa Portaria nº 1245/2009, de 13 de Outubro :)
(in blogue Ilinx, 26 de Novembro de 2009)
A Franga dos Ovos de Ouro (III)
Em primeiro lugar é importante deixar claro que não me move qualquer tipo de corporativismo que justifique a defesa da prática de actividades de ar livre. Nunca fui adepto de grupos de pressão e/ou de tribos pós-modernas resultantes, muitas vezes, de motivações pouco abonatórias… Nem tenho por costume esconder-me ou tirar partido desses tribalismos para atingir determinados fins. Para mim os fins não justificam os meios e não me agradam “faces ocultas” ou outros malabarismos semelhantes. Na verdade tenho asco a esses posicionamentos, portanto sobre esta matéria estamos falados.
Tanto as anteriores intervenções, como esta, expressam a minha opinião acerca desta temática e não passam do posicionamento individual de alguém, que a título individual (volto a sublinhar) pretende defender o seu direito, enquanto cidadão, de praticar desporto ao ar livre. O direito de praticar um desporto ao ar livre em liberdade, ou seja, sem ser coagido, perseguido, "multado" ou algo do género. Estou farto de, há anos a esta parte, assistir a um agravamento da “paranóia” colectiva que se tem vindo a instalar paulatinamente nas mentes de muitos praticantes de actividades de ar livre no tocante ao clima persecutório que se tem vindo a implantar. E o pior é que não se trata de uma mania da perseguição, trata-se de uma lamentável realidade. Praticar um desporto não é crime, é um direito e, mais, é um dever de cada um.
Não defendo que tenho o direito de “andar” por onde e quando quiser, muito menos numa Área Protegida cujos condicionalismos no que concerne à conservação da natureza, quando devidamente justificados, serei o primeiro a acatar. Desde os finais da década de 80 do século passado que me preocupo e dedico às questões ligadas à prática de actividades de ar livre e à conservação da natureza. E, desde essa altura, que defendo, sem quaisquer tipo de pruridos, a necessidade de gerir essas actividades convenientemente de forma a garantir a própria sustentabilidade das mesmas. No entanto, tal não passará certamente pelas proibições a eito e, muito menos, por taxações cujas motivações económicas são evidentes e cujos resultados em termos de conservação só poderão ser enviesados.
A gestão adequada de uma Área Protegida no que respeita à prática de actividades de ar livre passa por estudos sérios sobre a matéria: monitorização das actividades, estudos de impacte ambiental, determinação de capacidades de carga, etc. Não basta surgir com números mágicos, como quem tira um coelho da cartola, avançando com fictícias capacidades de carga que só poderão ter resultado do lançamento de búzios, interpretação das entranhas de uma cabra ou consulta de uma bola de cristal. Tem de haver alguma seriedade nesses processos…
Neste contexto, acho perfeitamente justificável que se tenha de solicitar autorização para efectuar uma determinada actividade numa Área Protegida, tal como acho perfeitamente anormal taxar tal autorização (sobretudo quando os montantes em causa são “imorais”). Mais, acho perfeitamente justificável que existam áreas de “reserva integral”, zonas em que não se possa praticar certas actividades ou interdição durante determinados períodos do ano, mas tal deverá ser sustentado pelos tais estudos a que me referi. De outra forma tal não será mais do que a aplicação prepotente de regras injustificadas e até, por vezes, manifestamente erradas. Se dúvidas existirem no tocante a conceitos míticos ou erros crassos cometidos nestas matérias basta dar uma vista de olhos sobre a legislação publicada até à data. A título de exemplo, salientamos o mito das “marcas correspondentes às normas internacionais de sinalização de percursos pedestres”. Mito recorrente que surge na Portaria nº 53/2008, de 18 de Janeiro, entre outra legislação. Na verdade, não existem marcas internacionais para a marcação de percursos pedestres (ponto). Acompanhar a evolução e a excessivamente morosa implementação do Programa Nacional de Turismo de Natureza, aplicável na Rede Nacional de Áreas Protegidas, desde 1998 até hoje, também constitui um exercício bastante esclarecedor...
Por último, não posso deixar de referir a estranheza e a perplexidade que determinadas tomadas de posição, face à prática de actividades de ar livre nas Áreas Protegidas, me têm suscitado, quando paralelamente assisto à proliferação de aerogeradores, pedreiras, vias de comunicação e outros "sinais de desenvolvimento” nessas mesmas áreas. Aquilo que alguns denominam de “ordenamento do território” surge ao meu olhar mais como “ordenhamento do território”, porque é que será?
(in blogue Ilinx, 19 de Novembro de 2009)
A Franga dos Ovos de Ouro (II)
Mas regressemos ao que aqui nos traz. Se por um lado o Decreto-Lei 108/2009 acabou com a necessidade das associações se licenciarem, a Portaria nº 1245/2009 veio estabelecer uma “Tabela de taxas” para “Actividades associadas a turismo, visitação e desporto” cujo valor base é de 200 euros e cujo montante pode ascender aos 1000 euros. Se forem afectados meios humanos da Área Protegida acresce aos valores indicados mais 20 euros por cada hora de afectação. Ora daí não viria mal ao mundo caso os planos de ordenamento não considerassem a generalidade das actividades de ar livre sujeitas a autorização. Como é óbvio, as regras são diferentes para cada Área Protegida portanto vamos centrar-nos no caso concreto do PNPG, cujo Plano de Ordenamento se encontra precisamente agora em discussão pública.
O Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, adiante designado "POPNPG", encontra-se em discussão pública de 21 de Outubro a 2 de Dezembro. Durante esse período, os interessados, mais afoitos, poderão apresentar as observações e as sugestões que julgarem pertinentes, caso estejam dispostos a ultrapassar as costumeiras burocracias (leia-se dificuldades) com que parelhos processos costumam brindar os cidadãos e acreditem que isso irá servir para alguma coisa. Para começar podem devorar a informação incluída num alteroso monte de folhas A4 (ou estragar a vista numa leitura on-line de tamanha dimensão) e inteirar-se dos respectivos conteúdos.O período de discussão pública prevê ainda a realização de sessões públicas de esclarecimento. Já se realizaram duas nos dias 11 e 12 de Novembro, respectivamente, na Sala Multiusos em Montalegre e no Auditório Municipal de Ponte da Barca. Hoje realiza-se mais uma sessão pública de esclarecimento, às 18 horas, no Centro de Animação Termal do Gerês. Caso tenha interesse, também poderá assistir ou participar em tal espectáculo nos dias 20 e 25 de Novembro, na Porta do PNPG de Lamas de Mouro ou no Auditório do Centro Municipal de Informação e Turismo de Arcos de Valdevez, respectivamente.
Bien, sem prejuízo dos diversos aspectos positivos do POPNPG (que também os tem), gostaria de salientar, para atalhar caminho, o cavalo de batalha dos praticantes de actividades de ar livre: as actividades sujeitas a autorização (Artigo 8º - Actividades Condicionadas).
Segundo o ponto o) do Artigo 8º: “A prática de actividades desportivas e recreativas não motorizadas, designadamente alpinismo, escalada ou montanhismo, e de actividades turísticas susceptíveis de deteriorarem os valores naturais, nomeadamente quando integrem mais de 15 participantes, bem como a realização de eventos desportivos ou recreativos, excepto em equipamentos existentes, como campos de futebol, piscinas, centros hípicos ou pavilhões polidesportivos.” Portanto, conforme se pode depreender do acima exposto, a prática de canyoning, porque é uma actividade desportiva não motorizada (tal como a espeleologia), estará sujeita a autorização.
Na verdade, a confusão que graça entre as actividades enquadradas em designações tão dispares (para não dizer “disparatadas”) quanto “turismo activo”, “turismo de aventura”, “turismo de natureza” e, até, “oferta de experiências” (ora esta!) não revela mais do que um upgrade do negócio que se tem vindo a estabelecer, nos últimos anos, em torno das Áreas Protegidas. As empresas pagarão agora o licenciamento num “balcão único” e as associações ou até grupos informais de amigos ou familiares passam a pagar, no mínimo, os tais 200 “euritos” por cada pedido de autorização. O melhor mesmo será instalar um parque aquático no PNPG (à semelhança de "campos de futebol, piscinas, centros hípicos ou pavilhões polidesportivos”) onde os praticantes possam praticar canyoning mais em conta e, sobretudo, de modo a que não se sintam coagidos a pagar uma taxa injusta ou, a não fazê-lo, se sintam uns fora da lei. Por último, será necessário lembrar que os cidadãos até pagam impostos e, supostamente, até terão direitos, nomeadamente aqueles que estão consignados na Constituição da República?
(in blogue Ilinx, 18 de Novembro de 2009)
A Franga dos Ovos de Ouro I
Como tão bem ironizou Eça de Queirós, na obra A Cidade e as Serras (cuja leitura recomendo vivamente), para fazer algo é necessário possuir meios: “(…), os quatro Elementos: o ar, a água, a terra e o dinheiro. Com estes quatro elementos, facilmente se faz uma grande lavoura.” Ora o PNPG é bastante rico em ar, água e terra, pelos vistos só falta mesmo é o dinheiro para poderem fazer a sua “lavoura”. Ora, o que se está a passar poderá indiciar uma escatologia: para uns do fim dos tempos, tendo em conta a perversidade das medidas, para outros algo de indefinido mas cujo odor remete para excrementos. E, nesse pressuposto, quem mexe na m… suja-se.E depois ainda acham estranho que pensemos que os "burocratas do ambiente" agem de má fé (ou em acto de desespero!) perante os praticantes de actividades de ar livre.Voltaremos, em breve, ao assunto.
(in blogue Ilinx, 17 de Novembro de 2009)
Espécies imaturas
As afirmações do presidente da ANMP mereceram uma pronta resposta por parte do Secretário de Estado do Ambiente. Humberto Rosa acusou Fernando Ruas de fazer declarações "totalmente infundadas" e "verdadeiramente fundamentalistas contra a conservação da natureza".
O Presidente da Comissão Científica da Federação Portuguesa de Espeleologia (FPE), Gabriel Mendes, também não ficou indiferente às afirmações proferidas: “São citações como as do Sr. Fernando Ruas que justificam cada vez mais o papel das Associações que estudam e protegem o ambiente e que ao contrario do que o Sr. Ruas afirma, não dependem do Ministério do Ambiente, bem pelo contrário, sua independência é o garante para que este Ministério não ceda ao fundamentalismo bacoco de autarcas como o senhor Ruas que encontram no desenvolvimento insustentável a solução milagrosa para a má gestão de muitas e muitas autarquias deste país.
Sr. Ruas deveria saber que é com a protecção de espécies como os morcegos, os lobos de Leomil ou as gralhas de bico vermelho entre muitas outras infelizmente vítimas da ganância essa sim desmesurada do bicho homem, que se garante a salvaguarda de todo o ecossistema sem o qual a espécie humana não terá qualquer possibilidade de sobrevivência. É verdadeiramente assustador confrontarmos com declarações de quem representa todos os municípios com este teor de irresponsabilidade cívica, cultural e ambiental. Agora compreendo melhor a posição de alguns autarcas que pedem para não tomarmos o todo pela a parte. Sei que há autarcas competentes, cultos e que colocam a sua inteligência ao serviço das populações e repudiam servir os interesses menos escrupulosos de quem não se preocupa com o legado para futuro.
Uma associação de que eu nunca farei parte, será a que defenda espécies biologicamente imaturas como o senhor Ruas, que infelizmente estão muito longe de estarem em vias de extinção.”
Infortunadamente vamo-nos habituando às "prosas bárbaras" com que somos frequentemente brindados neste país à beira-mar plantado!... Durante as Jornadas Nacionais de Pedestrianismo, que decorreram nos dias 14 e 15 de Novembro, em Fafe, também assistimos surpresos à apologia das eólicas! Estas não afectam a fauna de forma negativa como, só faltou dizer, são benéficas para a avifauna e "morcegagem". Pois é, não é?
P.S.: Para mais informações, consulte o site da RTP.
20/11/2009
Ambiente na mira da PSP
A operação denominada "Ambiente Seguro 2009", que se irá prolongar até dia 29 de Novembro, conjuga a vertente preventiva e pedagógica com a fiscalização e a dissuasão do não cumprimento da legislação ambiental. Segundo a PSP, a operação visa "aumentar a capacidade operacional, através de adequada rentabilização dos meios humanos e materiais de que dispõe, em especial as equipas afectas às Brigadas de Protecção Ambiental e Brigadas de Intervenção Rápida." Há que dar trabalho ao pessoal e, sobretudo, garantir que a lei é cumprida! Antes isso...
06/11/2009
Ena Pá! Mais do bom...
05/11/2009
Virus ataca morcegos em Espanha
[Fonte: Nino (blogue EC/DC)]
16/07/2009
Síndroma do Nariz Branco (II)
O Bat Conservation Trust elaborou um documento com diversas recomendações sobre este assunto e na última reunião do Comité de Peritos do EUROBATS foi decidido que essas recomendações deviam ser divulgadas entre os espeleólogos, cientístas e técnicos de campo. A prevenção começará portanto na informação... (Foto: Nancy Heaslip)
"Fonte da Juventude"
Geologia no Verão
A Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE) volta a organizar, nos meses de Julho, Agosto e Setembro, uma série de iniciativas no âmbito da Geologia no Verão; oito visitas temáticas a regiões cársicas, num total de 54 sessões:
- Grutas e Nascentes de Porto de Mós
- Do canhão da Caranguejeira, pelo menino do Lapedo, às fontes do rio Lis e ao Buraco Roto
- Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda
- As grutas que escondem as águas subterrâneas da Serra da Arrábida
- As nascentes dos rios Almonda e Alviela e a água que forma as grutas e os tufos calcários
- Passeio pela serra de Montejunto entre o Vale das Rosas e o anfiteatro de Pragança
- Grutas e nascentes do vale em canhão do Rio da Ota e de Alenquer
- Grutas da Praia da Adraga e Pedra d’Alvidrar, com a serra de Sintra à vista
As visitas correspondem a actividades de divulgação da geologia e dos geo-recursos, através de passeios científicos no campo que possibilitem a observação activa e o contacto directo com cientistas e técnicos deste sector.
Para mais informações consulte o site da SPE.
15/07/2009
Foi de slide (II)
Na sequência da posta anterior, fomos informados de mais algumas tristes “novidades” no que concerne a acidentes na prática de actividades com cordas
Há duas semanas, num evento sobre “actividades radicais” enquadrado por militares, uma criança caiu de nove metros de altura, porque em vez de a prenderem com o mosquetão no local próprio do arnês colocaram-no no porta-material! A queda deu-se pouco depois do início do slide, perante a estupefacção de toda a assistência (incluindo os pais)! A criança sofreu diversos traumatismos internos e encontra-se ainda em recuperação, esperando-se que sobreviva com o mínimo de sequelas.
Se o número de acidentes ocorridos em actividades com cordas (entre as quais se inclui a espeleologia) é indubitavelmente superior aos parcos casos que chegam ao conhecimento público, mais significativo se torna esse desfasamento no que concerne a incidentes ou simples erros técnicos que, apesar de graves, não se traduzem em ocorrências digamos nefastas. Nessa matéria, e a título de exemplo, lembramos que é frequente assistir-se a descidas de slide com os praticantes suspensos apenas pelos braços e sem qualquer tipo de auto-segurança! Para não falar nos sistemas bárbaros de tencionar cordas, nas amarrações e ancoragens deficientes ou na simples ausência de corda de segurança!!! Depois ainda se admiram…
14/07/2009
Foi de slide
Não se tratou de um acidente de espeleo, mas lembrou-me eventos similares ocorridos nesse âmbito. Sim, quem não se lembra de vários incidentes/acidentes devidos ao fenómeno de largar a mão que controla o rapel e arrastar o shunt até ao chão! Claro que esses eventos, e outros do género, ficam de certo modo no "segredo dos deuses" e mais claro ainda que a culpa morre invariavelmente solteira.
P.S.: Porque se soltou um cabo?
02/07/2009
SOS Honduras
“S.O.S
Amigos, no habia podido comunicarme con ustedes por el aislamiento que he sufrido:
Despues del golpe de estado del 28 de junio a las 4:00am y que nos enteramos a las 6:00 am poque teniamos una actividad con la esposa del presidente a esa hora y en ese preciso momento ella recibio la llamada.
A partir de ese momento ha iniciado para nosotros una actividad que no tengo la minima idea cual sera el final. Junto a mis amigos Jeremias Lopez y Marlon Escoto formamos de inmediato un comite de resistencia que ha tenido mucho exito y mientras el ejercito invadia nuestra ciudad montamos una enorme protesta en la plaza central, actualmente nos hemos acantonado con mis amigos y una gran cantidad de personas que tambien han reacionado indignados por la traicion que hemos sido objeto por los golpistas el la entrada al departamento de Olancho justamente en Limones, hemos tenido que detener el trafico y hoy es el 4to. dia, mientras en las ciudades no se encuentra nada como leche, verduras, combustible e incluso los bancos ya no tienen recursos porque los transportes que movilizan el dinero no llegan. El caos es tal que la gente esta concentrada en sus casas y desde las ventanas asoma a veropicicopic
El lunes nos movilizabamos en 25 busus hacia la capital y el ejercito disparo contra 8 de los buses, perforandoles las llantas los cuales al momento que fuimos a comprarlas fueron decomisadas. Los medios de comunicacion en su mayoria son propiedad de los golpistas y nos dan informacion que conviene a ellos y si algun medio pretende dar la informacion como es, de inmediato lo cancelan.
Llevamos 4 dias luchando de manera pasifica y nos informan que los demas medios internacionales los han bloqueado de manera que no tenemos ninguna informacion pero el el gobierno de facto dice que todo en Honduras esta normal.
Los actos terroristas que estan practicado son inimaginables, nos tienen sin energia electrica y no podemos movilizarnos pues punchan las llantas de los vehiculos y han impuesto TOQUES DE QUEDA desde las 6PM a las 6Am.
Yo he recibido muchas llamadas telefonicas por altos comandantes entre ellos dos coroneles del ejercito que hacia tres dias compartia con ellos en mi casa y me habian demostrado su amistad, hoy me han librado una batalla pidiendo que renuncie a mi postura asegurandome que no me traicionaran y que en vez de estar segun ellos perdiendo mi tiempo deberia estar en el trabajo, pero no he aceptado pues mi postura es y sera siempre la misma que PREFIERO MORIR DE PIE EN LA LUCHA, ANTES QUE SERVIR A LOS GOLPISTAS.
De mi trabajo come mi familia pero he puesto mi renuncia porque no estoy dispuesto a traicionar a mi pueblo.
Actualmente nuestras garantias constitucionales estan suspendidas y mi familia esta oculta y mis hijos no pueden salir para ir a la escuela, me han intervenido mi telefono y hacen llegar a mis hermanos y mis padres mensajes feos.
Ellos estan haciendo cualquier accion que pueda reprimir al pueblo, los alcaldes estan huyendo, no se encuentra ningun funcionario en la ciudad. No me puedo movilizar a solas porque me persiguen pero tenemos la esperanza que con el respaldo de los organismos internacionales y la presion de todo un pueblo que se ha tirado a las calles esto va a tener un final resuelto de acuerdo con nuestra lucha, de no lograr este objetivo tendre que abandonar mi pais con mi familia por persecusion politica de la que estoy siendo objeto.
El objetivo de escribir todo esto es para que nos ayuden a divulgar este tipo de informacion en los medios de su pais ya que pretenden silenciar las violaciones que estan sucediendo. Ya el Hospital mas grande que tiene Honduras se ha declarado impotente para atender a los heridos por el ejercito y la policia. La sensura esta siendo su fuerte.
Espero poder tener otro contacto ya que este fue muy dificil, pronto le enviare algunas imagenes
Jorge A. Yanes
Catacamas, Olancho
Honduras, C.A.
Cel. 504-9980-0264”
25/06/2009
Música pré-histórica
A equipa liderada pelo arqueólogo Nicholas Conard, da Universidade de Tübingen (Alemanha), montou a flauta a partir de 12 fragmentos de osso de abutre, espalhados por uma pequena área da caverna de Hohle Fels. Os fragmentos ósseos formaram um instrumento musical de 22 centímetros, com cinco furos e uma extremidade em forma de "V".
A arqueóloga especializada no período paleolítico April Nowell, da Universidade de Victoria (Canadá), referiu que a data da flauta é anterior à de outros instrumentos, "mas não tão mais antiga que chegue a ser surpreendente ou polémica". A flauta de Hohle Fels é mais completa e um pouco mais velha que os fragmentos de osso e marfim de sete outras flautas, também encontradas no sul da Alemanha, e documentadas por Conard e colegas nos últimos anos. Outra flauta, descoberta na Áustria, teria 19 mil anos, e um conjunto de 22 flautas encontradas nos Pirenéus franceses foram datadas de 30 mil anos atrás.
A equipa de Conard encontrou a flauta em Setembro de 2008, na mesma caverna e na mesma altura em que descobriu seis fragmentos de marfim que compõem uma estatueta feminina que, segundo pensam, será a mais antiga escultura de uma forma humana. Segundo o arqueólogo Wil Roebroeks, da Universidade de Leiden (Holanda), a flauta e a estatueta, descobertas na mesma camada de sedimento, sugerem que seres humanos anatomicamente modernos terão estabelecido uma cultura avançada na Europa há 35 mil anos. Roebroeks afirmou que é difícil saber qual o grau de inteligência ou de desenvolvimento social desse povo, mas os vestígios materiais que deixaram evidenciam um comportamento sofisticado semelhante ao dos seres humanos modernos.
Os neandertalenses também habitavam a Europa na época em que a flauta e a estatueta foram feitas, e também terão frequentado a caverna de Hohle Fels. Tanto Conard como Roebroeks acreditam, no entanto, que os depósitos de vestígios deixados por ambas as espécies, ao longo de milhares de anos, indiciam que os artefactos foram criados por humanos.
O arqueólogo Ivan Turk encontrou, em 1995, um osso de urso, numa caverna da Eslovénia, que ficou conhecido como a Flauta de Divje Babe. Turk datou o objecto de há 43 mil anos atrás e sugeriu que fosse uma flauta usada pelo Homem de Neandertal. Mas outros arqueólogos puseram essa hipótese em questão, sugerindo que os furos feitos no osso eram marcas dos dentes de um animal carnívoro. Não há dúvida de que a imagem errónea de um Homem pré-histórico profundamente primitivo, rude e bruto tem mudado paulatinamente ao longo dos anos. Um rumo que talvez abra caminho à descoberta incontestável de flautas neandertalenses!
[Fonte: Eco-Subterraneo]
16 de Julho de 2009: A BBC produziu um documentário sobre esta magnífica descoberta: o instrumento musical mais antigo conhecido até hoje.
24/06/2009
23/06/2009
Merda para todos
“En la lista del ESOCAN hoy me ha llegado un email con un enlace que os recomiendo especialmente. El título del mismo se podría resumir en "Mierda para todos". Y dice mucho, o tal vez poco, de lo que acontece en la práctica de este deporte. En concreto, se trata de "Reflexiones sobre el estado de conservación de la Travesía Cueto -Coventosa. Autor: Iván Expósito. 22 de junio del 2009"”
É sempre motivador para nós sabermos que "não somos os únicos a olhar o céu" ou, neste caso em particular, os únicos a ver "merda" onde tantos outros, pelos vistos, nada vêem! Seja no tecto do mundo seja nas profundezas da Terra, seja no campo base e nos campos de altitude do Everest ou nas condutas subterrâneas de Cueto-Coventosa podemos dizê-lo com frontalidade: a merda é a mesma. Bien, estilos à parte,..
22/06/2009
16/06/2009
Um mundo, por vezes, pequeno
09/06/2009
05/06/2009
Dia Mundial do Ambiente
"Para que o Homem possa sair da abjecção, pela força da alma, deve concluir uma aliança eterna com a antiga mãe, a Terra."
Viva o Planeta Azul
Viva Gaia
28/05/2009
20/05/2009
Defesa de Sicó-Alvaiázere
23/04/2009
Ler e/ou oferecer um livro
O livro é comemorado um pouco por todo mundo e Portugal não constitui excepção, sendo muitas as instituições que assinalam este dia, através da realização de feiras do livro, exposições, espectáculos, palestras, declamações ou outras iniciativas. Por exemplo, o movimento de bookcrossing de Portugal vai distribuir gratuitamente livros de autores nacionais em locais públicos, tais como bancos de jardim e paragens de autocarros. No entanto, todas as iniciativas que hoje se realizam não serão demais tendo em conta a realidade nacional. Os portugueses são os europeus que menos lêem. No ano passado 43% dos portugueses não leram um único livro! E, em números redondos, só cerca de um em cada cinco portugueses é que estão agora a ler um livro!! Esta é a pura e dura realidade cultural deste país onde ainda pululam ideias (mal)feitas sobre os livros e a leitura. Ao género de “um doutor é um burro carregado de livros” ou boçalidades do género! Não será, pois, de espantar os preconceitos que ainda abundam em certas cabecinhas pátrias sobre livros e intelectuais, em que se confunde leitura com bibliofagia!!! Não passam de gritantes manifestos de ignorância (ou mais esconsas motivações) em que certos coca-bichinhos tentam demarcar-se, pelos vistos, de supostos bichos (geralmente ratos) de biblioteca. Mas, corações ao alto! No meio destas pretensas confusões há que destacar e saudar este dia dedicado aos livros e à leitura. Ainda para mais quando o panorama internacional no que concerne a livros sobre espeleologia não será o mais auspicioso (e a nível nacional se poderá considerar praticamente inexistente)…
“Partilhar livros e flores, nesta primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão, é manter viva a chama que nos alenta o coração e nos aquece a alma, é dar continuidade à demanda de emoções que o livro transmite e o Homem sente.
Esta data é simbólica, sem dúvida, pois os livros, tal como as emoções, devem fazer parte da vida de qualquer humano todos os dias, em qualquer momento. As palavras, as páginas, os livros, são termos secos mas contêm em si, cada um, mensagens e sentimentos tão fortes e vivos como a mais pura das crianças.”
22/04/2009
Simplesmente eco-lógico
Para comemorar este 22 de Abril, o National Geographic Channel apresenta uma maratona de 24 horas de programas sobre o planeta Terra e formas alternativas de promover a sua conservação. No site do National Geographic Channel tem-se acesso ao microsite Dia da Terra 2009, com conteúdos sobre ambiente e vídeos com testemunhos de cidadãos portugueses relatando pequenos gestos que põem em prática por uma cultura ambiental responsável. O Nat Geo Music organiza um concerto a partir da Piazza Del Popolo, em Roma (Itália), com atracções musicais entre as quais se destaca Ben Harper. Enfim, não faltam iniciativas...
Afinal parece que ainda podemos ter alguma esperança face à cegueira ou ao autismo perante a destruição dos recursos naturais. A sensibilização ambiental é crescente e, sobretudo, apesar de muitas vezes as eco-campanhas não passarem disso mesmo (a venda de produtos com base no rótulo “verde”) e as propostas de preservação/conservação da natureza não passarem de tiros ao lado ou mesmo tiros no pé, por vezes constata-se a ocorrência de disparos mais certeiros! Regressar aos estilos de vida dos anos 70, segundo um estudo publicado no International Journal of Epidemiology, para reduzir o consumo, o número de obesos e, inclusive, as emissões de dióxido de carbono?! E se regressássemos a tempos ainda mais recuados? Começamos a “colocar o dedo na ferida”? A necessidade de mudar hábitos de vida para soluções sustentáveis, duráveis, “ecológicas”? Pois, dito assim, nem parece difícil. No entanto, isso implica mudanças reais, concretas, diremos mesmo radicais.
Tudo isto e muito mais tem de ser feito porque nem que colocássemos torres eólicas em todas as cristas das nossas serras e forrássemos o Alentejo de painéis solares produziríamos a energia suficiente para as nossas necessidades. As renováveis são boas, mas não resolvem todos os problemas se mantivermos os nossos actuais hábitos de consumo. É bom não ter ilusões.” [José Manuel Fernandes ● Editorial in jornal Público (Ano XX, nº 6959, 22/Abr. 09)]
Não temos alternativa, temos de ser simplesmente eco-lógicos sempre, porque todos os dias são Dia da Terra. E este Planeta Azul, Terra Mãe ou Gaia, como se lhe queira chamar, é o nosso lar...
Salvar a Terra
[Isabel Stilwell ● Editorial do jornal Destak (Ano 8, nº 1131, 22/Abr. 09)]
Aprender a respirar
And set my feet upon the rock.”
Psalm 40
“Aprender a respirar” não só mas também porque hoje se comemora o dia da Terra e esta obra desenvolve-se das escuras profundezas do universo mineiro de Yorkshire aos brilhantes ambientes das mais altas montanhas do planeta. Andy Cave pertence a uma família de várias gerações de mineiros e, tal como os seus parentes, abandonou a escola para trabalhar numa mina. Essa dura e marcante experiência subterrânea fez com que conhecesse intimamente esse mundo de poeira e escuridão. “It is a world full of superstition and ghost stories; a hidden landscape with its own peculiar unchanging lexicon; a world where black humour combats adversity; a world of tall tales.” Depois deu-se a metamorfose que o levaria às mais altas altitudes, a continuidade nos estudos que o conduziria a um doutoramente, a paixão e a desilusão…
“This passion of mine had started long ago when, as an inquisitive child, I scrambled up the local pit muckstack. Later, as a teenage coal miner disillusioned with the world of dirt and darkness, I had fallen in love with real mountain climbing. That night, approaching the tent on the knife-edge ridge of a Himalayan peak, little did I know that this love affair was about to end. The following four days would be the most harrowing of my life.”
“Aprender a respirar: Das profundezas do poço ao tecto do mundo - Uma extraordinária odisseia” abarca ambientes marcadamente distintos e, contudo, com inegáveis similitudes. Mas esta é sobretudo uma história humana, uma viagem interior, uma biografia de Andy Cave, na primeira pessoa.
21/04/2009
Resgates e Habilidades (II)
Leis de Murphy e outros considerandos à parte, não será sensato ignorar os perigos (sejam objectivos ou subjectivos) inerentes à prática de actividades de ar livre, entre as quais se inclui a espeleologia. E se a melhor forma de encarar os incidentes e os acidentes será baseada na prevenção, também é certo que a aposta no adequado resgate/salvamento é fundamental. E isto porque: os acidentes irão acontecer (accidents will happen)…
20/04/2009
Resgates e Habilidades
Granada Subterrânea
[Fonte: EC/DC]
17/04/2009
Túneis
“Foto do dia
PALESTINA Um palestiniano desce para um túnel que, partindo da Faixa de Gaza, o levará até ao Egipto. Estes túneis na fronteira - que nem Israel nem o Egipto conseguem eliminar - são usados para contrabandear alimentos, medicamentos, combustíveis… mas também armas e munições.”
Palestina © Ali Ali – EPA/LUSA
16/04/2009
Iniciação à espeleologia
Para mais informações consulte o site da SPE.
Jornalistas
"A journalist is a professional truth-teller, most often employed by the government of the country that she lives in. Journalists provide very important, useful, and timely information to keep the public safe. For example, viewers and readers can rest assured that they'll always be up-to-date on the sexual partners of Angelina Jolie, Brad Pitt, and Lindsay Lohan. Some have argued that this only really matters to the future sexual partners of Angelina, Brad, and Lyndsey (e.g. - not you). Unfortunately for these critics, they don't work for a major advertising agency.
By the way, there might be a killer at your window, and he may be about to rape your children. We'll tell you how you can protect them tonight at 10. "
Blogosfera e Imprensa
“(…)
Ter “boa blogosfera” é hoje o mesmo que ter “boa imprensa”
Hoje o jornalismo dos principais órgãos de comunicação não tem independência face à blogosfera dos jornalistas. Participam nela, fazem parte dela, tribalizam-se nela. Transportam para a blogosfera o mundo das “bocas” de redacção. Depois regressam à redacção com as mesmas “bocas” centuplicadas por um exercício de massagem colectiva do ego via posts, comentários e mensagens no Twitter. No pack journalism dos dias de hoje, o rebanho forma-se nos blogues. Criam-se laços que envolvem um número muito escasso de pessoas, 100 no máximo dos máximos, que passam o dia numa logomaquia opinativa feita de amores e ódios e depois transportam para o que escrevem o mesmo caldo de cultura claustrofóbico que é hoje a blogosfera portuguesa, salvo raras excepções. Por isso, hoje, ter “boa imprensa” significa ter “boa blogosfera”, e o mundo do debate público empobrece-se cada vez mais.
(…)”
15/04/2009
Geólogos
DVD sobre Cabo Espichel
Para mais informações consulte o site do CEAE-LPN ou o blogue Fabuloso Mundo Subterrâneo.
No Umbigo do Mundo
13/04/2009
Sem palavras
Acidentes vão longos
Serra de Santa Justa (Valongo) © Luis Costa Carvalho (in jornal Global)
[jornal Global, Ano 2, nº 369, 13/Abr. 09]
Fojos das antigas minas com 50 a 70 metros de profundidade constituem autênticos perigos.
São 80 hectares de serra, o principal pulmão verde da Área Metropolitana do Porto, e que todos os fins-de-semana recebe em média cerca de 200 pessoas que ali praticam desportos radicais ou fazem piqueniques. O problema é que na Serra de Valongo existem autênticas ratoeiras, fojos a céu aberto, pertencentes às antigas minas romanas de extracção de ouro, cobertos pela vegetação e com uma profundidade de 50 a 70 metros. Nos últimos meses os bombeiros tiveram um aumento de 70 por cento de solicitações, devido às pessoas que ali caem e sofrem fracturas múltiplas.
Durante décadas a Serra de Santa Justa, em Valongo, era procurada por quem a conhecia bem, nomeadamente pelos moradores das redondezas. Os acidentes nas galerias eram raros mas a verdade é que, desde que o parque municipal foi criado, fazendo ligação directa com a serra, o cenário inverteu-se. Os frequentadores do parque ao entrar na serra não têm qualquer sinalética de alerta para os perigos e os acidentes acontecem. “Há cerca de uma semana duas crianças que jogavam à bola no parque entraram na zona da vegetação e perderam-se. Quando recebemos o alerta dos pais a nossa preocupação foi a de procurar junto às aberturas dos fojos das minas mas, até para nós, esse é um trabalho difícil devido ao facto da serra não estar cartografada”, afirmou ao DN Gilberto Gonçalves, comandante-adjunto dos Bombeiros de Valongo. Felizmente os dois irmãos, de seis e nove anos, foram encontrados e livres de perigo.
“Temos retirado pessoas do fundo dos poços, muitas são encontradas imobilizadas com fracturas múltiplas sofridas devido à queda. Outras não sofrem danos mas depois percorrem as galerias subterrâneas e desaparecem”, acrecenta o bombeiro. Uma operação de resgate pode demorar cinco a seis horas. Desportos radicais, espeleologia, parapente e local para merendas são os argumentos que levam a que actualmente a serra tenha uma procura fora do normal. Enquanto há dez anos os bombeiros eram chamados à serra em emergência uma vez por ano, agora são duas a três vezes por mês."