14/08/2008

Allarve (I)

Cá mone

Praia de Faro (Algarve) © Pedro Cuiça (2008)

Tal como alguém se lembrou de acrescentar uma letra ao nome “Algarve” (do árabe “Al-Gharb”, a ocidente) dando origem à designação com sonoridade british “Allgarve” (e significado algo dúbio!), também nós, face ao orden(h)amento do território da região, resolvemos não acrescentar mas subtrair uma letrinha apenas… Porque não Allarve em vez de Allgarve ou Algarve? Sim, porque de alarvices está a região farta. A começar pela nova denominação newlook do Algarve tão ao jeito de algumas pretensas elites modernaças, pobremente pensadoras e ricamente idiotas… Mas antes isso. Pior são a construção caótica, inicialmente na Beira-Mar e agora no Barrocal (ao estilo pseudo-campestre com toque sub-urbano), a monocultura de relva dos campos de golfe ou as cicatrizes e a poeira provocadas pelas pedreiras que ferem alarvemente a paisagem... E isso é apenas uma amostra do que se vê, oculto dos olhares ficam os impactes sobre o endocarso e os aquíferos subterrâneos da região. A prova provada da insustentável leveza do ser, grosseiro, estúpido e alarve. Mas a malta pouco se interessa por estas "inevitabilidades", o que realmente importa é possuir uma "barraca" instalada em domínio público marítimo, uma "casa de campo" com piscina idealmente no cimo de um monte ou simplesmente passar umas férias a banhos (ou banhadas), não é? Haja dinheiro...

Via do Infante (Algarve) © Pedro Cuiça (2008)
Matos da Nora (Algarve) © Pedro Cuiça (2008)

[P.S. (26/08/2008): E já agora, porque não dinamizar também outras regiões do país? Termos, por exemplo, um My-nho (em vez de Minho), uma Xtream-a-dura (em vez de Estremadura) ou um All-en-Tejo (em substituição de Alentejo).]

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