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Ainda na sequência dos recentes
posts publicados no
Spelaion, não poderei deixar de destacar o lançamento, no passado sábado (dia 2 de Julho), do livro
Quando o Xamã Voava - Sonho, Erotismo e Morte no Xamanismo, da autoria de Gilberto de Lascariz. Essa obra, com a chancela da editora Zéfiro, que foi apresentada pelo autor na Casa do Fauno (Sintra), versa precisamente, entre outras temáticas, sobre a ligação entre o xamanismo e a arte rupestre. Em contraposição ao "xamanismo
light" de Michael Harner ou outros na linha do "xamanismo de trazer por casa",
Quando o Xamã Voava remete-nos para a clarividência atávica de arcaicas práticas traduzidas nomeadamente na arte rupestre. Ao ponto do autor ter salientado na apresentação da obra: "mesmo que se perdessem todos os livros sobre xamanismo temos tudo registado nos santuários rupestres".
Na impossibilidade de resumir esta extensa obra de 490 páginas direi apenas que se trata de um texto marcadamente original, que foge a lugares comuns e às simplificações (para não dizer adulterações) a que muitos livros sobre xamanismo nos têm habituado. Este é um livro que, não temendo adentrar-se na natureza do fenómeno xamânico, procura trilhar os remotos e antiquíssimos caminhos dos nossos ancestrais. Quando começa "a perceber-se, finalmente, que muita da arte rupestre é essencialmente um conjunto de imagens recebidas em transe que dão forma visual às crenças subjacentes que enformam a prática extática do Xamanismo" (Lascariz, 2011; p. 96).
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