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A primeira conferência, que decorreu no dia 6 de Maio, versou sobre a obra Walden ou a Vida nos Bosques (1854), da autoria de Henry Davis Thoreau, tendo sido apresentada por Viriato Soromenho Marques e comentada por Isabel Capeloa Gil. Ontem foi a vez do livro Pensar como uma Montanha (A Sand County Almanac, 1949), de Aldo Leopold, apresentado por John Baird Callicott e comentado por Maria José Varandas.
A razão de noticiar esta iniciativa no Spelaion prende-se precisamente com as temáticas da visão, da relação e da expressão/representação da e na Natureza por parte dos Humanos. De certa forma, continuamos na sequência de posts acerca da relação do Humano com o Não-Humano, consigo mesmo, com o outro e com a Natureza como um todo de que se faz parte... Nesse contexto, tanto Walden como Pensar como uma Montanha, sendo uma celebração do mundo natural, aproximam os leitores da Natureza através da estreita vivência no seu seio, preparando-os para sensitivos voos que os conduzirão a novas (ou, quem sabe, antigas) espiritualidades e éticas baseadas em visões holísticas, segundo Callicott, "incompatible with our Abrahamic concept of the world". Essa "toxic mix of biblic anthropocentric dominionism and consumerism" levou esse filósofo americano a defender a necessidade de primeiro destruir para depois construir uma nova metafísica, baseada nomeadamente na tentativa de acabar com as vigentes dualidades de modo a atingir a unidade na busca de uma mundividência sustentada. E, muito importante, como salientou Maria José Varandas: "A ética da Terra é também uma estética da Terra".
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