A ideia de uma natureza viva, essa visão panteísta segundo a qual tudo na natureza está vivo, possui uma alma, proporcionando uma estreita ligação cósmica entre todos os seus componentes, revela ainda hoje reflexos profundos no inconsciente colectivo e na religião popular do nosso país (tal como no estrangeiro). Reflexos que se manifestam através de um rico "imaginário" em torno de penedos da fertilidade, fontes santas, mouras encantadas ou cavernas que encerram antigos tesouros... Essa dimensão "psíquica" da natureza demonstra que não é só necessário defender as rochas, os rios, as árvores ou os animais, é também fundamental empreender a defesa das tradições, como a vivência do espaço sagrado e do tempo mítico; mesmo que o conhecimento antigo se encontre "desenhado" na pedra, ainda que não se compreenda de todo ou em parte ;-) Deixo aqui duas curiosas imagens acerca desse "folk-lore" a que faço referência :) Trata-se de uma imagem com conotações teriomórficas, mais precisamente ornitomórficas, provavelmente de um xamã, da Cueva de la Serreta (Cienza, Murcia - Espanha), que já tive a felicidade de visitar, e uma mescla de mãos humanas e marcas tridáctilas (de uma gruta na Patagónia - Argentina).
06/07/2011
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