Svante Pääbo, director do departamento de Antropologia Genética do Instituto Max Planck, anunciou oficialmente, ontem (dia 12 de Fevereiro), no congresso da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago (USA), que a sua equipa conseguiu fazer aquilo que andava há anos a tentar: ler o genoma dos neandertais, “esses homens das cavernas que viveram na Europa e partes da Ásia ao mesmo tempo que os primeiros Homo sapiens sapiens (os nossos avós) – e que se extinguiram, ninguém sabe porquê, há 30 mil anos”.
Os antropólogos e geneticistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da firma 454 Life Sciences Corp., uma filial do grupo suíço Roche especialista nas técnicas de sequenciação genética, sedeado nos Estados Unidos, sequenciaram mais de três mil milhões de pares base de ADN extraídos de ossos sub-fósseis de três neandertais, provenientes da Gruta de Vindija (Croácia). Para o conseguir, desenvolveram métodos específicos e utilizaram novas técnicas elaboradas especialmente para este projecto de modo a ter a certeza de que estavam realmente a sequenciar o genoma dos neandertais – e não o dos microorganismos que tenham colonizado os ossos, nem o dos próprios técnicos que fizeram a sequenciação. Os humanos actuais e os neandertais partilham entre 99.5 e 99.9 por cento do ADN.
O primeiro “esboço” do genoma dos neandertais ontem apresentado corresponde a cerca de 60 por cento da totalidade do património genético dos neandertais. O trabalho não acabou, mas já revelou novidades. Uma delas, anunciada por Pääbo à BBC News, é que, segundo os resultados preliminares, “não há razão para não terem falado como nós”. Os neandertais tinham a mesma variante que nós de um gene chamado FOXP2, que está associado à linguagem e à fala – ao passo que, por exemplo, os chimpanzés não partilham essa variante do gene. Mas a questão principal que se coloca é a de saber se os neandertais se terão ou não cruzado com os Homo sapiens sapiens.
A sequenciação deste genoma fóssil deverá ajudar a identificar as alterações genéticas que permitiram que os humanos saíssem de África, há 100 mil anos, e se espalhassem pelo mundo. Mas há um enigma que Pääbo não acredita que vá ser resolvido pelos genes: o da extinção dos neandertais. “Não me parece que tenha sido devido ao seu genoma,” disse. “Teve claramente a ver com o ambiente ou com os humanos modernos.”
Os antropólogos e geneticistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da firma 454 Life Sciences Corp., uma filial do grupo suíço Roche especialista nas técnicas de sequenciação genética, sedeado nos Estados Unidos, sequenciaram mais de três mil milhões de pares base de ADN extraídos de ossos sub-fósseis de três neandertais, provenientes da Gruta de Vindija (Croácia). Para o conseguir, desenvolveram métodos específicos e utilizaram novas técnicas elaboradas especialmente para este projecto de modo a ter a certeza de que estavam realmente a sequenciar o genoma dos neandertais – e não o dos microorganismos que tenham colonizado os ossos, nem o dos próprios técnicos que fizeram a sequenciação. Os humanos actuais e os neandertais partilham entre 99.5 e 99.9 por cento do ADN.
O primeiro “esboço” do genoma dos neandertais ontem apresentado corresponde a cerca de 60 por cento da totalidade do património genético dos neandertais. O trabalho não acabou, mas já revelou novidades. Uma delas, anunciada por Pääbo à BBC News, é que, segundo os resultados preliminares, “não há razão para não terem falado como nós”. Os neandertais tinham a mesma variante que nós de um gene chamado FOXP2, que está associado à linguagem e à fala – ao passo que, por exemplo, os chimpanzés não partilham essa variante do gene. Mas a questão principal que se coloca é a de saber se os neandertais se terão ou não cruzado com os Homo sapiens sapiens.
A sequenciação deste genoma fóssil deverá ajudar a identificar as alterações genéticas que permitiram que os humanos saíssem de África, há 100 mil anos, e se espalhassem pelo mundo. Mas há um enigma que Pääbo não acredita que vá ser resolvido pelos genes: o da extinção dos neandertais. “Não me parece que tenha sido devido ao seu genoma,” disse. “Teve claramente a ver com o ambiente ou com os humanos modernos.”
Crânio de Homo neanderthalensis descoberto, em 1908, na gruta de la Chapelle-aux-Saints (França).
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