A Gruta das Salemas abre-se numa bancada de calcários apinhoados, do Cenomaniano superior, que formam uma cornija no flanco esquerdo de uma ribeira da Península de Lisboa. Descoberta na década de 50 do século XX, trata-se de uma galeria sinuosa, com cerca de 30 metros de comprimento e um metro de largura média, que termina numa exígua sala. O chão rochoso apresenta, junto da entrada da cavidade, diversas depressões que se encontravam preenchidas por terra rossa (juntamente com pedras calcárias e basálticas), indústrias pré-históricas (do Paleolítico superior) e ossos de fauna quaternária: ursos (Ursus arctos e Ursus spelaeus), felinos (Felis pardus e Felis pardina), Hiena (Hyaena crocuta spelaea), Lobo (Canis lupus), Cavalo (Equus caballus), etc. A pobreza de utensílios encontrados e as dimensões da cavidade levam a crer que a Gruta das Salemas nunca deve ter funcionado como habitação permanente: inicialmente (no Paleolítico) constituiria um abrigo temporário e mais tarde (no Neolítico) uma necrópole.
Junto da Gruta das Salemas, num algar posto a descoberto pela laboração da pedreira que aí foi instalada, surgiu uma bolsada contendo industria mustierense, restos humanos possivelmente do paleolítico médio e fauna idêntica à da Gruta das Salemas, acrescida de ossos de outros animais. Os ossos de neandertalenses (possivelmente do Paleolítico médio), descobertos no povoado de Salemas, também são de destacar pela sua raridade. Saliente-se, também, que se conhecem monumentos neo-eneolíticos nas imediações de Lousa e Alto da Toupeira.
Já se sabe que a Gruta das Salemas constitui mais um exemplo do abandono em que se encontra grande parte das cavidades do país. Também já se conhece a tradicional e incompreensível apetência de deitar entulho nas suas imediações, apesar dos avisos da edilidade! E também não constitui novidade que a pressão urbanística se tem vindo a acentuar nas últimas décadas. Actualmente a gruta está “entalada” entre a recente auto-estrada e uma estrada mais antiga, paredes-meias com uma pedreira… O que nos espantou foi termos deparado agora com uma profusão de aerogeradores a “embelezar” aquela que já foi uma pitoresca paisagem.
Salemas @P. Cuiça (2008)
Junto da Gruta das Salemas, num algar posto a descoberto pela laboração da pedreira que aí foi instalada, surgiu uma bolsada contendo industria mustierense, restos humanos possivelmente do paleolítico médio e fauna idêntica à da Gruta das Salemas, acrescida de ossos de outros animais. Os ossos de neandertalenses (possivelmente do Paleolítico médio), descobertos no povoado de Salemas, também são de destacar pela sua raridade. Saliente-se, também, que se conhecem monumentos neo-eneolíticos nas imediações de Lousa e Alto da Toupeira.
Já se sabe que a Gruta das Salemas constitui mais um exemplo do abandono em que se encontra grande parte das cavidades do país. Também já se conhece a tradicional e incompreensível apetência de deitar entulho nas suas imediações, apesar dos avisos da edilidade! E também não constitui novidade que a pressão urbanística se tem vindo a acentuar nas últimas décadas. Actualmente a gruta está “entalada” entre a recente auto-estrada e uma estrada mais antiga, paredes-meias com uma pedreira… O que nos espantou foi termos deparado agora com uma profusão de aerogeradores a “embelezar” aquela que já foi uma pitoresca paisagem.
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