05/09/2011

A Contenda (II)

Possessão?!...

1 comentário:

Pedro Cuiça disse...

Este texto, que se resume à palavra “possessão”, trata-se de um ensaio ultra-minimalista que nos remete, no entanto, para profundas elucubrações acerca do perigo de um homem ser dominado pelos sentimentos de posse e, até, sobre a eventualidade de este precisar de tomar votos com vista a não “destracar” a alma e apaziguar o corpo. Desta forma, com três votos apenas se muda uma vida de stress, rancor e violência numa existência plena de calma, aceitação e paz:
1. O voto de pobreza que visa libertar da posse que o ter exerce sobre a pessoa que tem, imagina ter ou pretende ter; este resolverá por exemplo casos que envolvam disputas territoriais, entre outros fenómenos parelhos.
2. O voto de celibato que pretende livrar o visado de que outros o possuam e, estando livre de ser possuído, simultaneamente livre está de tratar outros como se fossem sua posse; ora este compromisso evita mal entendidos e até escaramuças tendo em conta que resulta geralmente numa vivência solitária ou, pelo menos, “desprendida”.
3. Por último, o voto de obediência que deve ser seguido por aqueles que, apesar de terem adoptado os dois anteriores, por falta de inteligência ou força de vontade, devam ser livrados de uma coisa muito simples: serem possuídos por si próprios. Desta forma limitam-se a receber uma ordem do “chefe da tribo” e a executá-la!!! Apesar de isso levantar uma questão pertinente: não será esta uma forma de voltar a ser possuído por outro anulando, desta forma, os eventuais efeitos positivos do voto de celibato?
Por estas e por outras é que este texto é profundo e complexo conduzindo inevitavelmente ao mais recôndito da natureza humana…